A Benção de ver os Filhos Crescerem e os Desafios de Cuidar de Três Filhos

Essa é a história de Marina Velozo, ela é mãe de três filhos, avó, casada, tem 56 anos hoje, e compartilhou suas experiências e desafios da maternidade cuidando de três filhos.

ENTREVISTAS

Parte 1 - Primeiros Cuidados e Experiências

Quantas gestações ou filhos você teve? E quantos anos eles tem hoje?

  • Tive 3 filhos, o mais velho tem 30 anos, a menina do meio que tem 26 anos, e o mais novo tem 24 anos.

Você lembra como foi a sua gestação? Como foi o sentimento de sentir que seria mãe?

   A primeira gestação foi muito interessante, eu parei de tomar o anticoncepcional, e já em seguida fiquei grávida. Só que também, já tive pressão alta na primeira consulta e tive que tomar remédio a gestação inteira no sétimo mês, a minha pressão foi muito alta eu fiquei em repouso na casa da minha sogra, ela ficava cuidando de mim e eu não podia comer nada de sal, engordei bastante. Engordei acho que uns 22 kg, meus pés ficaram muito inchados.

  Meu primeiro bebê nasceu quando estava com 38 semanas, foi um parto cesariana e tive a recuperação depois. Foi tranquilo, mas não tive leite, fiquei um mês tentando amamentar meu filho mas não tive leite, ele engordou 80g quando ele completou um mês, então tivemos que passar ele para a fórmula e assim ele começou a engordar, e engordou bastante, ele foi um bebê bem gordinho mas foi tranquilo a cesária não me incomodou em nada.

  A segunda gestação já não estava esperando, ia ter só um filho, mas aconteceu, fazia tabelinha, funcionou durante um ano e meio. Mas de repente fiquei grávida da minha segunda filha e foi uma gestação bem tranquila, engordei pouco, pressão boa, e foi parto normal.

  O terceiro também foi mais difícil porque eu engravidei quando a minha filha tinha 1 ano, aí ele quando ele nasceu ela tinha 1 ano e 10, eu tinha dois bebês em casa, mas foi tranquila também, pressão normal, não engordei muito, ele também foi parto normal, mas foi um momento difícil porque estava com uma dificuldade no casamento e eu acho que ele veio para nos unir como casal.

Em sua fase atual da maternidade, o que você tem vivido?

   A fase atual que tenho vivido é tranquila, meus filhos já cresceram e estão criados, dois já saíram de casa e se casaram. Agora sou avó e tá tudo tranquilo, meus filhos são bençãos, são trabalhadores, buscam os seus ideais, nunca me deu trabalho, são bençãos na minha vida.

Como foi o primeiro ano de vida do seu filho? Sua relação com ele? Teve rede de apoio?

   O primeiro ano do meu filho foi tranquilo, tirando o primeiro mês que foi difícil na amamentação, foi tranquilo, ele cresceu forte e saudável, não me incomodou. Sempre foi uma criança simpática e boazinha que ia com todo mundo. Foi um bebê muito abençoado e ele foi meu amigo por um bom tempo, até hoje é muito grudado comigo, e ele foi uma criança muito especial muito boa para se lidar. Minha rede de apoio foi minha sogra, ela me ajudou muito.

   Uma situação difícil em que aconteceu no primeiro ano de vida do meu filho, na verdade foi o primeiro dia que eu cheguei do hospital, eu cheguei em casa, estava muito barulho e eu senti uma tristeza bem grande, que eu creio que se eu não tivesse me esforçado teria virado uma depressão, pois a gente fica muito sensível quando o bebê nasce e também a amamentação. Eu fiquei insistindo para amamentar no primeiro mês e o meu leite secou. Eu me esforcei um mês tentando dar mama para a criança, mesmo sem leite, ele só engordou 80 G no primeiro mês. Quando ele passou para fórmula ele engordou realmente, virou uma criança gordinha. Então acho que isso foi a fase difícil e marcante, as outras gestações foram tranquilas, amamentei os dois, um por 10 meses e o outro por 8 meses, foi bem mais tranquilo do que o primeiro.

   No tempo que eu fui mãe não se falava muito em rede de apoio, mas me ajudaram. A gente tinha mãe, irmã, sogra, amigas que ajudavam.

Como passou a enxergar as outras mães depois que se tornou mãe?

   O que eu senti que mudou depois que me tornei mãe, foi o olhar diferente para as outras mães, porque até a gente ser mãe a gente não observa as outras mães. Vejo que tem mães que sofrem muito para cuidar dos seus filhos. Às vezes o pai abandona, às vezes não tem condições de cuidar, então a gente olha com outros olhos. Você se põe no lugar da outra mãe e que é muito difícil cuidar de uma criança, e quando chega do hospital em casa é muito diferente do ambiente hospitalar, as pessoas não entendem o que tá passando na cabeça ou o sentimento, e as mães geralmente ficam sozinhas. Às vezes o marido não apoia, às vezes não tem ninguém para ajudar, elas tem que se virar ali, aprender a cuidar de um bebezinho sendo que ela não sabe, é bem complicado o período de adaptação.

Parte 2 - Crescimento dos Filhos

Depois que seus filho (s) crescerem,como foi os desafios do dia a dia com ele?

   Os desafios do dia a dia, eram três crianças, o mais velho bem mais velho que os outros dois, então tinha muito ciúmes e brigas. Os pequenos brigavam muito, mas se amavam, o grande às vezes tinha que cuidar dos pequenos para a mãe poder trabalhar. Mas foram crescendo bem, não foi tão difícil como parece.

Se você pudesse voltar no tempo,e voltar em uma fase específica da vida do seu filho, qual época você voltaria?

  Se eu pudesse voltar no tempo gostaria de voltar na época do Ensino Fundamental, que é o momento onde as crianças mais precisam dos pais e foi o momento deles que eu não estava tão presente, principalmente dos dois mais novos que daí eu voltei a trabalhar. Então eu não tinha tanto tempo para ajudar eles na escola, então eles foram meio que criados sozinhos na creche, depois foram para escola. Foi bem difícil essa fase, mas eu gostaria de voltar e ser uma mãe mais presente para eles.

Cite lembranças que teve com seus filhos:

   Lembranças que eu tive com eles bem marcantes, foram idas no cinema durante a tarde assistir o Rio, os passeios no centro de Curitiba, comer pastel, andar pela Rua 15, mostrar alguns pontos turísticos para eles, as idas na casa da vó, andar pelo meio do mato lá perto de casa catando maracujás, eram maracujás selvagens. E risadas, nós damos muitas risadas quando estamos juntos.

Quais sentimentos você começou a ter depois que virou mãe?

  Os sentimentos que eu comecei a ter depois de ser mãe foram os sentimentos de proteção, cuidado, e não pensar só em mim mas pensar neles. Em suprir o carinho, afeto, e suprir necessidades de comida. Os cuidados médicos, proteção do frio, dar uma casa aconchegante o máximo possível para eles, para eles terem uma vida tranquila. Porque a minha infância não foi muito fácil e nem adolescência, foi difícil então eu queria dar o melhor para eles mas sem exagero simplesmente o básico que é necessário para eles crescerem fortes e saudáveis.

Como foi ver seus filhos crescerem? A fase da adolescência, escola, constituir uma família. O que você sentiu com tudo isso?

 A fase da escola em algumas momento foi difícil, eles tiveram um pouco de dificuldade. Principalmente os meninos que são mais bagunceiros, o mais velho reprovou um ano e o mais novo reprovou quatro anos mas hoje eles cresceram, estão trabalhando. Alguns estudaram, outros nem tanto, mas se formaram homens e uma mulher fortes com convicção do que querem fazer, os meninos já conseguiram a casa própria, conseguiram bens e tudo sozinho com esforço próprio , eu não ajudei, eles conseguiram sozinhos. São pessoas de bem, sem vícios, esforçados e honestos, correndo cada um atrás dos seus sonhos.

   Agora sou avó, tenho meu primeiro neto, é um momento surreal na minha vida, é uma felicidade sem tamanho. Estou vivendo as promessas de Deus no meu lar.

Agradecimento

Agradecemos a participação de Marina Velezo, neste projeto, pois sabemos que com sua história contada aqui muitas mães iram se identificar com sua trajetória e conhecer mais sobre as experiências da maternidade.

A arte realizada inspirada na história de Marina foi “A bênção de ver os filhos constituírem uma família”, nesta obra trouxemos os retratos de todos da sua família e quisemos retratar a união e os momentos de alegria que eles viveram como pais e filhos.

Entrevistada: Marina Velozo, moradora da cidade de Araucária - PR, 56 anos, casada, doméstica e mãe de três filhos.

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